Economia  12/02/2021 | Por: Pedro Damian

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Perspectivas 2021

Economia vai ao reboque da ciência


Empresários e representantes governamentais de todo o mundo são unânimes em afirmar que, quanto mais rapidamente a vacinação em massa ocorrer, menos tempo irá demorar para as economias retornarem aos cenários pré-pandemia do novo coronavírus. O próprio FMI – Fundo Monetário Internacional, em sua mais recente projeção, afirmava que as economias dos países desenvolvidos (peso de 40% da economia mundial) devem decrescer 1% em 2020 e também em 2021, enquanto nos países emergentes (peso de 60%), devem crescer 1%, também nos dois anos. O desastre que se alinhavava no primeiro semestre de 2020 acabou perdendo força no decorrer do ano, e a segunda onda da pandemia, apesar de assustadora, encontrou governos mais preparados para enfrentá-la, com o inestimável apoio da ciência – representada pelos laboratórios da indústria farmacêutica, responsáveis pelo desenvolvimento das imprescindíveis vacinas.

No Brasil, 2020 não foi um ano dos sonhos em termos de desenvolvimento econômico, longe disso. Mas nossa economia conseguiu se recuperar em muitos setores com o decorrer do ano. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), referência para o cálculo do PIB, após uma queda acentuada de 9,2% em abril, subiu em todos os meses seguintes, até a última medição divulgada, de novembro. Falava-se no começo da pandemia em uma queda catastrófica do PIB, mas o tombo deve ser menor que o previsto. Ainda segundo o FMI, a contração do Produto Interno Brasileiro em 2020 deverá ser de 4,5%, e para 2021 as perspectivas são de uma melhora acentuada, com crescimento de 3,5%.

Navegando na onda da recuperação econômica, o ministro Paulo Guedes foi ainda mais otimista que o FMI, durante evento com empresários no final de janeiro. “O Brasil pode crescer, de repente, 5%. Depende. Se todo mundo entrasse na mesma vibração que é: estamos recuperando, com vacinação rápida”, afirmou, ressaltando, entretanto, que sua equipe trabalha com um índice mais conservador, os 3,5% projetados pelo FMI. O ministro da Economia prevê um crescimento sustentável da economia através de investimento privado que será atraído após as reformas administrativa e tributária, e também dos marcos regulatórios. Guedes projeta que tais medidas resultem na entrada no caixa do governo entre R$ 80 e R$ 90 bilhões.

Além dos efeitos da pandemia, o obstáculo mais sério a ser enfrentado pelo governo federal, há outros que podem atrapalhar na caminhada (sem contar a polarização que divide o país há anos). Um deles é a inflação, que pode começar a preocupar a partir deste ano. O IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -, usado para boa parte das métricas de inflação, de 2020, ficou em 4,52% em 2020, acima do centro da meta (4,53%) e, embora esteja sob controle, mostra que os preços estão com tendência de alta. Com o fim do auxílio emergencial e consequente queda no consumo, as persperctivas não são boas neste sentido.

Setor agrícola, sempre com boas notícias

João Martins, presidente da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – é o portador das melhores notícias para a economia brasileira em 2021. Para Martins, os preços dos alimentos não terão o mesmo cenário de alta em 2021 devido à previsão de maior equilíbrio entre oferta e demanda. Em 2020 o aumento no preço dos alimentos foi impulsionado por um conjunto de fatores com impactos em toda a cadeia produtiva, entre eles o aumento no custo de produção, principalmente com insumos (fertilizantes, herbicidas, ração). Além disso, a alta nos preços internacionais dos alimentos de 10,9% de maio a outubro e a desvalorização da taxa de câmbio (46,5%) também favoreceram o aumento dos preços no Brasil.

Quanto à produção, deve continuar batendo recordes nos próximos anos. Segundo estimativas da CNA, o Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio irá crescer 3% em 2021 (R$ 1,8 trilhão), e o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) deve aumentar 4,2%, superando R$ 903 bilhões. Para 2020, a previsão para o PIB do agro é um crescimento de 9%, enquanto o VBP deve ter alta de 17,4%.

Vendas de pneus fecham o ano com viés de baixa 

As vendas totais da indústria brasileira de pneus fecharam o ano de 2020 com baixa 12,9% em comparação com o ano anterior. Tal baixa no acumulado do ano foi observada nas vendas de todos os segmentos: pneus de passeio (-19,2%), comerciais leves (-13%), carga (-1,8%) e moto (-1,2%). Nota-se, com isso, que mesmo apresentando sucessivos meses de boas vendas, incluindo um mês de dezembro 9,5% maior em 2020 do que foi em 2019, o setor não conseguiu reverter as perdas dos meses de grande baixa. Esse comportamento pode ser observado nos segmentos de comerciais leves (27%), carga (25,8%) e motocicleta (20,3%). Os dados fazem parte do levantamento setorial divulgado pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP).

“Em um ano totalmente único, com suspensão de produção por um período determinado e de amplas medidas de prevenção em relação ao covid-19 que ainda permanecem, a indústria de pneumáticos no Brasil respondeu prontamente às necessidades de todos os mercados, inclusive com crescimento no fornecimento do equipamento original”, analisa Klaus Curt Müller, presidente executivo da ANIP.

Indústria automotiva com a mão no freio

Os fabricantes de veículos no Brasil projetavam, no período pré-pandemia, um crescimento de 10% em 2020. Nos primeiros meses de crise, a expectativa foi totalmente invertida para o lado negativo. Porém, no acumulado do ano, os números apresentaram quedas acentuadas, mas não tão drásticas.

Segundo dados da ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores –, as vendas ao mercado interno fecharam com 2.058.437 unidades, queda de 26,2%, recuando ao patamar de 2016, auge da última crise econômica brasileira. E poderia ter sido pior. A grande injeção de recursos emergenciais na economia e a força do agronegócio ajudaram a amenizar as perdas do segundo trimestre, quando boa parte das fábricas e lojas permaneceram fechadas.

A produção de 2.014.055 autoveículos encolheu 31,6% em 2020, deixando a indústria automobilística com uma ociosidade técnica de quase 3 milhões de unidades. Já as exportações de 324.330 de unidades foram as piores desde 2002, um retrocesso de quase duas décadas. Em valores, a receita de US$ 7,4 bilhões foi menos da metade do que se exportou em 2017 (US$ 15,9 bilhões).

O segmento de caminhões, impulsionado pelo agronegócio e pelo crescimento do ecommerce, foi o que teve as menores perdas entre os autoveículos, com queda de 11,5% nos licenciamentos em relação a 2019. Comerciais leves caíram 16%, automóveis 28,6% e ônibus 33,4%. Já as máquinas agrícolas e rodoviárias venderam 7,3% mais que no ano passado.

Em 2021 a ANFAVEA prevê aumento de 15% no licenciamento de autoveículos, 9% nas exportações e 25% na produção, índices insuficientes para a retomada a patamares de 2019, pré-pandemia. No setor de máquinas, a expectativa é de crescimento de 7% nas vendas, 9% nas exportações e 23% na produção. “Nunca foi tão difícil projetar os resultados de um ano, pois temos uma neblina à nossa frente desde março, quando começou a pandemia”, explica Luiz Carlos Moraes. Infelizmente, observamos uma segunda onda de covid-19 em países do hemisfério norte, que parece ter chegado também ao Brasil. E sabemos que uma imunização pela vacina será um processo demorado, que tomará quase todo o ano, impedindo uma retomada mais rápida da nossa economia. Some-se a isso a pressão de custos, as necessidades urgentes de reformas e surpresas desagradáveis como o aumento do ICMS paulista, e temos diante de nós um quadro que ainda inspira muita cautela nas nossas previsões”, resume o presidente da ANFAVEA.

Duas rodas: setor espera vacina para crescer mais

Alguns dos efeitos da pandemia do novo coronavírus serviram para, se não alavancar, ao menos impedir a queda brusca de setores como o de serviços de entrega. Usando na maioria das vezes de motos e bicicletas, estes serviços tiveram grande procura em 2020, o que motiva os fabricantes a terem boas expectativas em relação a 2021. A Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores,  Motonetas, Bicicletas e similares, projeta crescimento de 10,2% na produção destes veículos neste ano, na comparação com o ano passado, que teve 961.986 unidades fabricadas. 

A entidade estima que as fábricas localizadas no PIM (Polo Industrial de Manaus) deverão produzir 1.060.000 motocicletas em 2021. O volume representa alta de 10,2% na comparação com as 961.986 unidades que saíram das linhas de montagem em 2020.

No varejo, a expectativa da Associação é de que sejam licenciadas 980.000 unidades, alta de 7,1% na comparação com as 915.157 motocicletas emplacadas em 2020. As exportações deverão totalizar 40.000 unidades, volume 18,5% maior em relação às 33.750 unidades registradas no ano passado.

O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, afirma que a expectativa do setor é recuperar, em 2021, parte das perdas do ano anterior. “A chegada da vacina será o ponto chave para recuperarmos as perdas provocadas pela maior crise, tanto sanitária quanto econômica, que já enfrentamos. Por isso, acreditamos que a tendência é que a produção de motocicletas siga em ascensão nos próximos meses”, afirma.

Fermanian explica que a demanda pelo modal está em alta, tanto no mercado interno quanto externo, mas ressalta que as fabricantes seguem trabalhando com medidas restritivas em suas unidades industriais, o que impacta no volume produtivo e, consequentemente, nas vendas. “Recentemente, com a implantação do toque de recolher pelo governo do Amazonas, todas as associadas adequaram seus turnos de trabalho. Além disso, redobramos os cuidados com as medidas de saúde e segurança para garantir a saúde dos colaboradores”, diz.

Indústria em processo de franca recuperação

Os últimos dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –, mostram a indústria brasileira tirando o atraso causado pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus. Em novembro, a produção industrial brasileira registrou a sétima alta seguida e apontou crescimento de 1,2%, na comparação com o mês de outubro, na série com ajuste sazonal. 

A atividade industrial indicou recuperação da perda de 40,7%, acumulada entre o período de março e abril — quando havia caído ao seu menor nível da série — e se encontra 2,6% acima do patamar de fevereiro, quando a pandemia ainda não havia atingido a produção industrial do País. Dentre os setores com maiores destaques no crescimento da produção industrial está a indústria de máquinas e equipamentos, que teve alta de 4,1% em novembro, na comparação com o mês anterior.

No balanço de 2020, o desempenho deste setor foi ainda melhor, em se tratando de faturamento. Segundo dados da ABIMAQ – Associação da Indústria Brasileira de Máquinas e Equipamentos –, no ano passado a renda líquida foi de R$ 144 bilhões, que representa um crescimento de 5,1% em relação a 2019. Segundo a entidade, o final do ano sinalizou a normalização das vendas internas e melhoria das exportações para 2021.

O ganho de fôlego do setor de máquinas contou com expressivo desempenho das vendas internas a partir do segundo semestre. Em dezembro a renda doméstica aumentou 50,9% em relação ao mesmo mês de 2019. No total do ano passado, as vendas internas cresceram 11,1%. 

Em relação às exportações, estas cresceram 0,9% em 2020 na comparação com o ano anterior, interrompendo uma longa sequência de quedas. No acumulado do ano, entretanto, as vendas externas de máquinas registraram a maior queda desde 2009. Entre janeiro e dezembro as exportações caíram 23,7%. Para 2021 a entidade espera uma normalização na compra de máquinas à medida que a atividade interna ganhe tração, e uma retomada sustentável das importações.

Indústria química tem déficit de US$ 30,4 bilhões 

Importante agente no momento de crise sanitária, a indústria química nacional registrou forte déficit em 2020. O saldo negativo da balança comercial de produtos químicos totalizou US$ 30,4 bilhões no ano passado – superando recentes estimativas da Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química – fazendo com que pela quarta vez em toda a história da balança setorial em produtos químicos tal indicador superasse a marca dos U$ 30 bilhões (anteriormente foram os anos de 2013, US$ 32 bilhões, de 2014, US$ 31,2 bilhões, e de 2019, US$ 31,6 bilhões). 

O setor importou US$ 41,4 bilhões em produtos químicos em 2020, valor total pago pela aquisição das mais de 51,5 milhões de toneladas, recorde em volume importado pelo País ao longo de toda a série histórica de acompanhamento da balança comercial setorial pela Abiquim (desde 1989). Na comparação com os resultados de 2019, foi registrada uma redução de 6,3% no valor monetário das importações, mas uma significativa elevação de 8,2% nas quantidades físicas adquiridas, em especial tendo em vista as graves conjunturas econômicas global e nacional decorrentes da pandemia de Covid-19. 

Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, o ano de 2020 será lembrado com um momento em que todos, em especial a indústria química, concentraram seus esforços no enfrentamento dos desafios sanitários, econômicos e sociais impostos pela pandemia, garantindo pleno abastecimento para as diversas cadeias de valor e evitando o caos na vida diária das pessoas. “Toda a indústria, particularmente a de transformação, teve, tem e continuará tendo papel decisivo no enfrentamento da pandemia e na transformação do movimento de retomada econômica em um sustentável ciclo de recuperação e crescimento, salvando vidas, trazendo ainda mais inovação e soluções baseadas em ciência e gerando empregos e renda”, destaca Marino.

Quando comparadas com as 37,5 milhões de toneladas de 2013, ano em que foi registrado o maior déficit no histórico da balança comercial de produtos químicos, de US$ 32 bilhões, observa-se um aumento de 37,5%, sobretudo em produtos químicos orgânicos e para o agronegócio, para os quais o Brasil tem domínio técnico e expertise empresarial de produção e poderiam ser fabricados no País, diminuindo a dependência externa em cadeias estratégicas, caso as condições de competitividade em fatores de produção como energia, gás natural e logística, fossem favoráveis para a atração de investimentos. Entre os grupos acompanhados, os intermediários para fertilizantes foram perceptivelmente o principal item da pauta de importação do setor com compras de praticamente US$ 7,2 bilhões em 2020, equivalentes a 61,7% (31,8 milhões de toneladas) das 51,5 milhões de toneladas em compras externas de produtos químicos.

As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, de US$ 10,9 bilhões, em 2020, tiveram uma sensível redução de 13,6% na comparação com o ano anterior, considerando uma movimentação de 14,7 milhões de toneladas para os mercados de destino, com reduções consideráveis nas quantidades exportadas de gases industriais (37,1%), de produtos orgânicos (8%), de resinas e elastômeros (13,3%) e de químicos diversos (2,2%), todos esses grupos de mercadorias centrais no enfrentamento da pandemia, refletindo e comprovando o firme compromisso da indústria química brasileira em priorizar a manutenção de suprimento no mercado interno tanto nos momentos mais críticos da Covid-19 quanto também agora no movimento de retomada da economia.

Produção e exportação de calçados caem em 2020

Outro setor que teve em 2020 um ano esquecível foi o de calçados. O período foi bastante difícil para o setor calçadista brasileiro. Conforme dados divulgados pela ABICALÇADOS – Associação Brasileira das Indústrias de Calçados –, o setor pode ter perdido 21,8% da sua produção em 2020, retornando a patamares de 16 anos atrás. Na exportação a queda foi de 18,6%, pior número desde 1983. Já para 2021, a estimativa é de incremento tanto em produção (+14,1%) quanto na exportação de calçados (+14,9%). O crescimento, porém, não será suficiente para recuperar o “tombo” verificado no ano passado. 

Para o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, a atividade vem em recuperação gradual, tendo criado mais de 30 mil postos de julho a novembro (último dado disponibilizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego). “A abertura do varejo, que absorve mais de 85% das vendas do setor, foi fundamental para o resultado”, comenta. Por outro lado, o crescimento não foi suficiente para reverter as perdas de postos nos meses mais críticos da pandemia e das restrições ao varejo físico. Entre março e junho do ano passado mais de 60 mil trabalhadores perderam seus empregos. O dado até novembro mostra que o setor está empregando 255 mil pessoas, 13% menos do que no mesmo mês de 2019. 

Quanto à produção de calçados, a queda no acumulado até novembro foi de 23,4% (para 654,1 milhões de pares fabricados), sendo que o ano deve fechar com uma queda de 21,8%, indicando pequena melhora no último mês de 2020. “Fecharemos o ano com a produção de 710 milhões de pares, nível registrado em meados dos anos 2000”, destacou Ferreira. Para 2021, a expectativa é de que o setor cresça 14,1% sobre a base fraca do ano passado (para 811 milhões de pares). “Porém, ainda que a estimativa se realize, estaríamos 10,3% abaixo do desempenho de 2019 (908 milhões de pares), na pré-pandemia”, projeta o dirigente. “O estrago foi muito grande, mas esperamos que com a vacinação em massa e as coisas retornando ao normal possamos experimentar uma recuperação. Mas ainda vamos ficar longe do ideal”, acrescenta o executivo, ressaltando que para que o crescimento seja sustentável é preciso que o Estado brasileiro promova as reformas estruturantes necessárias, especialmente a tributária. “Vivemos em um manicômio tributário. Não havendo uma reforma neste sentido, não teremos como sustentar a recuperação”, afirma.  

Exportações – Respondendo por cerca de 15% das vendas do setor calçadista brasileiro, as exportações terminaram 2020 com um revés de 18,6% em pares (93,8 milhões de pares) e de 32,3% em dólares (US$ 658,3 milhões) no comparativo com 2019, pior resultado em quase quatro décadas. Com o retorno gradual das negociações internacionais, especialmente as grandes feiras comerciais, a expectativa é de um crescimento de 14,9% ao longo de 2021 (108 milhões de pares). “Ainda assim ficaremos 6,5% aquém de 2019”, diz Ferreira. 

Segundo Ferreira, os principais destinos das exportações, em 2020, seguiram sendo Estados Unidos (9,3 milhões de pares e US$ 137,8 milhões, quedas de 22,1% e 30,8%, respectivamente); Argentina (7,7 milhões de pares e US$ 72,6 milhões, quedas de 23,5% e 30,8%) e França (7,1 milhões de pares e US$ 59,2 milhões, quedas de 10,7% e 2,1%). As principais origens dos embarques foram Rio Grande do Sul (22 milhões de pares e US$ 292,5 milhões de pares, quedas de 28,8% e 34,8%); Ceará (33 milhões de pares e US$ 167 milhões, quedas de 14,5% e 28,1%); e São Paulo (6,4 milhões de pares e US$ 66,8 milhões, quedas de 16,5% e 35,3%).