Economia  05/03/2021 | Por: Redação

Indústria química

Produção, vendas e demanda dos produtos químicos mantêm crescimento

Aumento nos preços do petróleo Brent e da nafta petroquímica, porém, pressionam custos de produção


Os principais índices que medem o desempenho dos produtos químicos de uso industrial tiveram em janeiro de 2021 resultados positivos na comparação com o mesmo mês do ano passado. A produção teve crescimento de 8,08%, as vendas internas tiveram elevação de 6,7% e o consumo aparente nacional (CAN), resultado da soma da produção mais importação excetuando-se as exportações, cresceu 8,8%, segundo levantamento da Abiquim. Já a utilização da capacidade instalada foi de 76%, dois pontos acima do registrado em janeiro de 2020.

No período de 12 meses, de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021, na comparação com os 12 meses anteriores, a produção teve crescimento de 1,25%, as vendas internas subiram 1,97% e o CAN teve crescimento de 12,4%. Apesar de serem números positivos, que indicam melhora na produção e principalmente na demanda por produtos químicos, eles também evidenciam a falta de competitividade da indústria nacional, representada pela elevada penetração do produto importado, que corresponde a 46% do CAN. As importações pesavam 7% do CAN em 1990 e praticamente todo o crescimento da demanda que ocorreu no País de 1990 até hoje foi absorvido por elevação das importações.

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, é fundamental encaminhar importantes reformas estruturais ainda no primeiro semestre do ano, como a administrativa e a tributária, e atacar questões relacionadas à logística e à infraestrutura para reduzir o Custo Brasil e eliminar os principais entraves que afetam a competitividade das empresas com produção local. “Além disso, preocupa o setor a eliminação, a partir de junho, do Regime Especial da Indústria Química (REIQ), que desonera de PIS/Cofins a compra de matérias-primas do setor químico, o que atenuava parcialmente os efeitos danosos dos elevados custos de se produzir no País”.

“Em momentos como o atual, de forte desvalorização do Real, em relação ao dólar, de elevação das cotações internacionais das principais commodities, de aumento da demanda mundial por produtos químicos, por causa da pandemia, e de elevação dos custos logísticos internacionais, fica reforçada a necessidade de se acelerar as medidas da agenda positiva do governo federal. A química é fortemente dependente de matérias-primas e de insumos energéticos, o que explica a baixa dinâmica e a falta de competitividade dos últimos anos. Nesse contexto, também se faz necessária a tramitação e a aprovação urgente do novo marco do gás no Congresso Nacional”, completa a diretora da Abiquim.