Economia  13/05/2021 | Por: Redação

Combustível

ANFAVEA apoia posicionamento sobre teor de biodiesel no óleo diesel


As entidades subscritas, que representam mais de 200 mil empresas produtoras, distribuidoras, importadoras, revendedoras e transportadoras, além de indústrias relacionadas ao consumo de diesel, vêm a público manifestar preocupação quanto às discussões sobre a evolução de teor de biodiesel na mistura óleo diesel disponibilizado à sociedade, em função dos sérios problemas de
qualidade decorrentes do combustível comercializado hoje.
 
A evolução do percentual de mistura implicará em maiores custos para o transporte de cargas e de passageiros e consequente aumento de preços de produtos para toda a sociedade. Também  lançará o país em um cenário de estagnação tecnológica, impactará  no  desenvolvimento da indústria automotiva e de equipamentos e comprometerá a prestação de serviços.
 
Cabe destacar que a partir de 2022 entrarão em vigor no Brasil novos limites de emissões de poluentes com a adoção de tecnologias veiculares mais modernas, para as quais não há experiência com teores elevados de biodiesel e que exigem a redução do teor e alterações profundas na especificação do biodiesel.
 
Os problemas de cristalização, higroscopia, baixa filtrabilidade e formação de borras do biodiesel, que já ocorrem com a mistura atual, associados aos recentes aumentos de teor compulsório, têm provocado danos a máquinas e motores; diminuição da vida útil; e baixa performance de equipamentos, além de aumento dos custos de manutenção e prejuízos aos mais diversos setores da economia e seus consumidores. Além disso, deve-se considerar os  impactos ambientais de descarte mais frequente de produtos perigosos contaminantes como borra, filtros, peças mecânicas, entre outros.
 
Estudos recentes apontam que teores elevados de biodiesel promovem aumento das emissões  de  óxidos  de  nitrogênio,  hidrocarbonetos  e  monóxido  de  carbono,  com
impactos negativos que afetam a saúde humana e o meio ambiente, além de elevar o consumo de combustível, gerando ainda mais emissões e custos adicionais que são
transferidos a toda população.
 
Desde sua concepção, o Programa Brasileiro de Biodiesel preconiza não  privilegiar quaisquer rotas tecnológicas de produção. Outras leis e políticas públicas reforçam os
princípios da inovação, do desenvolvimento tecnológico e da eficiência energética. A continuidade do sucesso deste programa depende da manutenção destas premissas em um mercado aberto, com diversidade de fornecedores, matérias-primas e produtos, a fim de estimular a concorrência, e oferecer, para os consumidores e para sociedade,
produtos  com melhor  qualidade,  menor  impacto ao  meio  ambiente, melhor  nível  de serviço e menores preços.
 
Cabe destacar que o aumento compulsório de biocombustíveis na mistura do diesel somente deve ser estipulado mediante uma análise ampla e critérios fundamentados, garantindo viabilidade técnica e segurança não só para os produtores de biodiesel como para os usuários quanto à sua adoção.
 
Neste sentido, este grupo vem buscando o diálogo com autoridades e com a indústria de  biodiesel  almejando  solucionar  os  atuais  problemas  de  teor  e  de  qualidade  do
produto.
 
Reiteramos nosso compromisso com a preservação ambiental no país e apoiamos a diversificação  da  matriz  de  combustíveis  renováveis  por  meio  do  enquadramento regulatório  de  biocombustíveis  avançados  no  mercado  nacional,  em  benefício  da sociedade, do meio ambiente, dos diversos segmentos econômicos e do consumidor.