Pneus  24/06/2022 | Por: Redação

Pneushow 2022

Abrerpi mostra “Brasil Rodando Limpo”

Programa nacional de logística reversa de pneumáticos foi apresentado no evento


“Brasil Rodando Limpo”, programa de logística reversa de pneumáticos, foi será apresentado com detalhes na Pneushow 2022. Já em funcionamento em várias cidades do país, o “Brasil Rodando Limpo” é uma iniciativa da Associação Brasileira de Empresas de Reciclagem de Pneus Inservíveis (Abrerpi). A entidade reúne 14 recicladoras com atuação em 20 estados do país.

De acordo com o presidente da Abrerpi Joel Custódio, as empresas vinculadas à associação reciclam cerca de 180 mil toneladas de pneus anualmente. Segundo ele, o “Brasil Rodando Limpo” otimiza o trabalho e tem potencial para ampliar este volume, levando a reciclagem para várias cidades brasileiras que atualmente encontram enormes problemas com o descarte inadequado.

“Nós criamos uma plataforma digital para sistematizar a logística reversa e permitir a redução de custos com coleta, transporte e armazenamento, tornando economicamente viável este esforço para que o pneu inservível chegue à recicladora”, explica Custódio.

O sistema da Abrerpi e acessado pelo site da entidade e faz a integração de lojistas, coletores e cooperativas de catadores com as recicladoras. “Todos se cadastram na plataforma e alimentam o sistema informando onde existe acúmulo de pneus para que o coletor recolha e entregue na cooperativa de catadores. Assim que a recicladora busca esses pneus e faz a reciclagem, emite um certificado de coleta e destinação ambientalmente adequada comprovando a responsabilidade ambiental dos envolvidos, além de gerar créditos ambientais para fabricantes e importadores”.

Por que reciclar?

Pneus atirados indevidamente na natureza levam 600 anos para se decompor, acumulam água parada e são focos de proliferação dos mosquitos transmissores de doenças graves, como a Dengue. A resolução 416/2019 do Conama responsabiliza fabricantes e importadores pela destinação ambientalmente correta de pneus inservíveis. A reciclagem patinou um pouco no Brasil nos primeiros anos de implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), mas hoje já é uma realidade em boa parte dos grandes centros urbanos do país.

A viabilidade econômica fica condicionada às distâncias entre os pontos de coleta e a recicladora (que não podem ser muito longas), e à existência de demanda na região pelo substrato da borracha que sai da recicladora. Normalmente os pneus inservíveis são picados para serem adicionados na composição do asfalto (aumentando sua resistência e durabilidade), ou cortados em pedaços um pouco maiores (chamados de chips) para utilização como combustível em fornos de cimenteiras.