Dados até o mês de maio da pesquisa indicadores conjunturais da ABIMAQ indicam continuidade da desaceleração dos investimentos em máquinas e equipamentos no Brasil. Apesar do crescimento de 10,5% no mês de maio ante o mês de abril, ou 2,9% com ajuste sazonal, o mês de maio registrou queda de 15,6% na comparação com igual mês do ano passado, ampliando a queda no acumulado no ano e nos últimos 12 meses. No ano (jan-mai), em relação ao mesmo período de 2022, houve queda de 8,5% nas receitas líquidas de máquinas e equipamentos. Nos últimos doze meses, a queda acumulada foi de 7,3%, a 10ª neste tipo de comparação.
No mês de maio houve alta tanto nas vendas de máquinas no mercado doméstico (+4,1%) quanto no externo (+33,6%) em relação ao mês de abril de 2023. Em relação ao mesmo período do ano
anterior as exportações registraram desempenho superior em 16,1% enquanto que as vendas no mercado doméstico encolheram 23,2%. No ano (jan-mai) a piora nas receitas também
teve origem no mercado doméstico. O desempenho acumulado entre os meses de janeiro e maio de 2023 foi 14,3% inferior ao do mesmo período de 2022 no mercado doméstico, enquanto nas exportações ocorreram crescimento de 15,2% se medidas em reais, em dólar o aumento foi de 23,0%, o que denota o efeito cambial do período
Exportações
O setor fabricante de máquinas e equipamentos exportou US$ 1,3 bilhões no mês de maio, crescimento de 35,7% sobre o mês de abril, que havia encolhido 21,2% em relação a março. A alta do mês de maio reforçou o bom desempenho do indicador em 2023. Em relação ao mesmo mês de 2022, o crescimento foi de 22,2%. No ano a indústria de máquinas e equipamentos acumulou crescimento de 23,0% nas suas exportações. O que, mais uma vez, ajudou a suavizar a queda nas vendas no mercado doméstico. No período, segundo dados da Funcex, as exportações medidas em quantidade registraram crescimento de 11,0%.
Importação
O mês de maio registrou alta nas importações de máquinas e equipamentos, tanto na comparação mensal (+27,0%), como na interanual (4,8%), ao atingir mais de US$ 2,6 bilhões. Nos primeiros cinco meses do ano as importações cresceram 13,0% em relação ao mesmo período de 2022. A variável preço tem exercido influência importante nos resultados das importações nos últimos meses. No período o crescimento dos preços foi de 5,9%, enquanto o número de unidades físicas importadas cresceu 6,4%.
Consumo aparente
O consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos, resultado da soma da aquisição de bens produzidos localmente com os importados, no mês de maio registrou alta, com ajuste sazonal, de 2,5% ante o mês de abril. Ainda assim, em relação ao mesmo mês do ano de 2022 o consumo de máquinas ficou 10,7% abaixo. O valor acumulado no ano foi de R$ 149 bilhões, 8,4%
inferior ao do ano anterior. O período foi marcado pela queda na aquisição de bens produzidos localmente. Os bens importados, quando medidos em reais e deflacionados, registraram crescimento de 2,0%.
Capacidade instalada e carteira de pedidos
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou alta de 0,2% no mês de maio, atingindo 75,0% em 2023. Mesmo com o crescimento na ponta, em relação ao maio de 2022 o nível de utilização recente da capacidade instalada ficou 3,7% abaixo. A carteira de pedidos no mês de maio voltou a cair (-2,8%) anulando parte da recuperação do mês de abril e atingiu 10,7 semanas de atividade, valor 6,7% abaixo do resultado do mesmo período de 2022. Abaixo também da carteira média de 2022, que foi no período equivalente a 11,4 semanas de atividades.