A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou crescimento de 5,9% (com ajuste sazonal) no mês de março de 2023 frente ao mês de fevereiro. Em relação a março de 2022, por outro lado, houve nova queda (-0,6%). A décima queda consecutiva neste tipo de comparação. Com isso, o setor encerrou o primeiro trimestre do ano acumulando queda de 4,6% na receita total. Contribuiu para esta queda a piora nas vendas de máquinas e equipamentos no mercado doméstico. A exportação, por outro lado, vem ajudando a amortecer as quedas.
Nos três primeiros meses de 2023 as exportações de máquinas e equipamentos acumularam crescimento de 17,8%, quando medidas em reais. Em unidades físicas o crescimento foi de 14%. Já as vendas de produção nacional direcionadas para o mercado interno, encolheram 10,3% no período, mesmo tendo registrado crescimento na ponta. Na direção das expectativas, as exportação ganhou participação no total das vendas de máquinas e equipamentos deste ano. Passou de 20,2% no primeiro trimestre de 2022 para 24,9% no mesmo período de 2023.
No mês de março de 2023 as exportações superaram mais uma vez a marca do US$ 1 bilhão. O setor registrou crescimento de 16% em relação ao mês de fevereiro e de 24,2% em relação ao mesmo mês de 2022.
No primeiro trimestre de 2022 as exportações foram, em média, de US$ 870 milhões ao mês. A partir do segundo trimestre subiram para pouco mais de US$ 1 bilhão. Neste ultimo mês de março houve novo avanço, quando então o setor superou as expectativas e atingiu o montante de US$ 1,25 bilhão . O resultado contribuiu para a sustentar parte importante das vendas de máquinas e equipamentos, mesmo com as atividades domésticas em desaceleração.
Importações
O mês de março registrou aumento das importações de máquinas e equipamentos, tanto na comparação mensal (+29%), quanto interanual (13,3%), ao atingir US$ 2,4 bilhões. No ano (jan-mar23) as importações cresceram 8,2% em relação ao mesmo período de 2022. A variável preço tem exercido influência maior nos resultados das importações nos últimos meses.
No primeiro trimestre o crescimento dos preços foi de 7,4%, enquanto que no volume medido em unidades cresceu 1,3%.
Consumo Aparente
O consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos, resultado da soma da aquisição de bens produzidos localmente com os importados, no mês de março, registrou crescimento com ajuste sazonal de 6,5% ante o mês de fevereiro.
Mesmo com este crescimento o consumo de máquinas ficou 1,4% abaixo do resultado observado no mesmo mês de 2022. O valor acumulado no trimestre foi de queda de 8,0%.
No mês a contribuição positiva veio das importações (+6,5%), que por sua vez tiveram seus resultados, medido em reais, influenciados pela desvalorização de 4,9% do real frente ao dólar.
Capacidade Instalada
Após os fortes ajustes no nível de utilização durante os meses de dezembro e janeiro, o setor fabricante de máquinas e equipamentos voltou a ocupar 78% da sua capacidade instalada nos últimos dois meses. Um indicativo de recuperação na ponta, mas em nível abaixo do observado em 2022, quando o setor atuava com 79,9% da sua capacidade instalada.
Em março o número de número de semanas necessário para atendimento da carteira de pedidos recuou para 10,7 a quarta queda consecutiva observada.
Emprego
O primeiro trimestre de 2023 recompôs parte da mão de obra perdida durante o último trimestre de 2022. A forte desaceleração das atividades nos setores fabricantes de máquinas e equipamentos, no último trimestre de 2022, levou a demissões no setor. No período foram perdidos quase 10 mil postos de trabalho (de 400 mil para 390 mil). No primeiro trimestre deste ano houve recomposição de alguns postos. O número de pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos subiu para 395 mil.
O setor ainda está com um quadro de 5 mil pessoas a menos, em relação ao nível de setembro.