Pneus  02/09/2024 | Por: Redação

Pneus

PIB e emprego crescerão se Brasil combater importação desleal de pneus

Segundo estudo realizado pela consultoria LCA, PIB teria adição de R$ 6,3 bilhões e seriam gerados 74,3 mil postos de trabalho


Estudo realizado pela consultoria LCA aponta que a adoção de medidas de proteção tarifária contra a concorrência desleal de pneus asiáticos no mercado brasileiros pode resultar em forte crescimento da produção, do PIB, do emprego e da renda dos trabalhadores na economia brasileira.

A análise foi realizada a pedido da ANIP (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), que ingressou com pedido na Camex para elevar temporariamente de 16% para 35% a alíquota da Tarifa Externa Comum (TEC), pelo prazo de dois anos, para combater o surto de pneus importados de forma desleal da Ásia, que estão ingressando no país a preços inferiores aos praticados no mercado internacional, abaixo do custo de produção e a valores inferiores até mesmo ao custo da matéria-prima usada nos produtos.

O estudo aponta que a adoção da medida, que protege a indústria nacional, resultaria no crescimento de R$ 20,6 bilhões na produção industrial brasileira, impactando positivamente toda a cadeia de produção de pneus, que envolve também produtores de borracha e fabricantes de aço, de produtos têxteis e de insumos químicos, entre outros segmentos.

Esse fortalecimento da produção nacional resultaria num acréscimo de R$ 6,3 bilhões no PIB brasileiro e oferta adicional de 74,3 mil novos postos de trabalho no mercado doméstico. Segundo a LCA, o impacto positivo na massa salarial seria de 2,7 bilhões.

“A concorrência desleal de pneus asiáticos desestrutura a cadeia de produção, fecha postos de trabalho e pode cancelar investimentos no país”, diz Klaus Curt Müller, presidente executivo da ANIP. Países como EUA, México e blocos como a Europa tomaram medidas de proteção em seus mercados, enquanto o Brasil segue desprotegido. “O estudo da LCA mostra claramente o quanto o país ganharia protegendo a produção industrial local”, aponta o executivo.

O estudo da LCA também dimensionou o impacto para a economia se nenhuma medida for tomada para conter a concorrência desleal dos pneus asiáticos.

Segundo a LCA, mantidas as condições atuais de concorrência desleal, a produção industrial perderá R$ 8,2 bilhões de reais ao ano, o que resultará em uma queda de R$ 2,6 bilhões do PIB. O impacto na oferta de postos de trabalho também será severo e 30,8 mil postos de trabalho devem ser fechados, com redução de R$ 1,1 bilhão na massa salarial agregada.

Segundo dados da LCA, os pneus de carga asiáticos entram no país ao custo de US$ 2,9 o kg. No mercado internacional, o produto é negociado, em média, a US$ 4,2 o kg. No caso de pneus de passeio a diferença é ainda mais gritante: US$ 3,2 o kg, contra 5,7 o Kg no mercado global. “Sem barreiras corretas o Brasil fica desprotegido, o que acentua o processo de desindustrialização”, avalia Müller.

O Brasil tem hoje 11 fabricantes de pneus com operações no país. São 21 plantas industriais, distribuídas por 7 estados. A indústria de pneus empresa 32 mil trabalhadores diretos e 500 mil indiretos no país. Este conjunto foi responsável pela venda de 52 milhões de pneus no mercado local em 2023. As fabricantes instaladas no país investiram nos últimos 10 anos cerca de R$ 11 bilhões em suas unidades fabris para excelência de processos, aumento da capacidade de produção, tecnologia, inovação e sustentabilidade.