Automotivo  13/01/2025 | Por: Redação

FENABRAVE

2024 tem maior crescimento de emplacamentos de veículos em 17 anos

No total do ano passado foram emplacadas 4.744.179 unidades, crescimento de 15,5% em relação a 2003


Segundo informações da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, os emplacamentos de veículos encerraram 2024 com alta de 15,5% em relação a 2023 - é o maior crescimento percentual desde 2007. Foram emplacadas 4.744.179 unidades, refletindo a recuperação consistente do setor automotivo no ano.

"O setor foi impulsionado por fatores como a manutenção da oferta de crédito e a constante diversificação de produtos, em todos os segmentos, no mercado nacional. Como resultado desses fatores, os emplacamentos de 2024 ficaram próximos das projeções apresentadas pela Fenabrave, em outubro (+16,8%), sendo superiores às perspectivas que tínhamos no início do ano (+13,5%). Acreditamos que as festas de fim de ano, que aconteceram no meio das duas últimas semanas de dezembro, embora os dias 24 e 31 tenham sido considerados úteis, acabaram impactando nas vendas, pois muitas pessoas e empresas estavam em período de recesso, reduzindo, principalmente, as vendas corporativas", analisa Arcelio Junior, novo Presidente da Fenabrave, eleito para o triênio 2025-2027.

Para ele, "ficou evidente a sensibilidade do nosso setor e a capacidade de adaptação que temos diante do mercado e dos movimentos da macroeconomia, seja nacional como internacional. Itens como câmbio, renda, crédito e outros fatores conjunturais, de contexto econômico e político, influenciam nos negócios do setor, o que dificulta, neste momento, fazer prognósticos precisos para os próximos 12 meses, pois estamos diante de variáveis importantes em vários quesitos, tanto políticos como econômicos", conclui Arcelio Junior.

Emplacamentos - Avaliação por Segmento

Automóveis e Comerciais leves

Os segmentos de automóveis e comerciais leves somaram 2.484.740 unidades, o que representa um avanço de 14% sobre 2023, e apresentaram o maior percentual de aumento desde o ano de 2008 (14,1%). "Os segmentos foram beneficiados pela oferta de crédito e puderam atingir o melhor resultado desde 2019, último ano antes da pandemia. O número de fechamento do ano de 2024 é um dos 10 melhores já registrados no ranking histórico da Fenabrave, para os segmentos", destaca Arcelio Junior.

Os emplacamentos poderiam ter sido melhores, na visão do Presidente da Fenabrave, não fossem os feriados festivos de dezembro, que reduziram o movimento de venda nas concessionárias. "Enquanto no dia 23 de dezembro tivemos uma venda de quase 10 mil automóveis, no dia 24 só foram registradas 1.926 vendas. O mesmo ocorreu no dia 31, que teve 861 vendas, enquanto no dia 30 foram registradas 8.371. É claro que alguma compensação ocorreu nos dias úteis subsequentes, mas não capaz de atingir o potencial do segmento naquele mês. Além disso, as vendas corporativas não aconteceram dentro do volume esperado, impactando, também, no resultado de dezembro e acumulado de 2024", avalia Arcelio Junior.

Automóveis e Comerciais Leves Híbridos e Híbridos Plug-in

O mercado de automóveis e comerciais leves híbridos fechou o ano de 2024 com um total de 115.777 unidades emplacadas. "O resultado é consistente, com uma média mensal de quase 10 mil veículos emplacados, em um segmento que ainda apresenta uma base baixa, mas com tendência de alta", afirma o Presidente da entidade.

Automóveis e Comerciais Leves Elétricos Puros

Em dezembro, os segmentos tiveram retração na comparação com novembro de 2024 e com dezembro de 2023, mas houve alta de 218,5% no acumulado ano. "Notamos uma expansão mais tímida deste segmento, apesar do alto percentual de crescimento acumulado, que se dá em função da base comparativa baixa sobre o ano anterior. Vemos que os automóveis e comerciais leves elétricos somaram 61.585 unidades no ano de 2024, o que equivale a mais de três vezes o número de emplacamentos de 2023 (19.335 unidades), o que demonstra uma evolução, ainda que menor do que a registrada entre os híbridos", diz Arcelio Junior.

Caminhões

O segmento de caminhões teve o maior índice de crescimento desde 2021, quando apresentou alta de 42,7%, com 127.281 unidades emplacadas. Iniciou o ano de 2024 com um 1º. semestre com resultados moderados, mas teve maior impulso no segundo semestre, finalizando o ano de 2024 com 122.099 unidades emplacadas, numa alta de 17,4% sobre o ano anterior (percentual bem próximo ao estimado pela Fenabrave, que esperava alcançar crescimento de 18,5%). "O desempenho foi impulsionado pela recuperação de setores como a construção civil, agronegócio, infraestrutura urbana e de setores como papel e celulose. O volume só não foi maior em função dos pedidos ainda pendentes de efetivação, ocorridos durante a Fenatran, realizada ao final de novembro", afirma o Presidente da Fenabrave.

Ônibus

O segmento de ônibus também apresentou crescimento, percentualmente similar ao ano passado (12,63% em 2023). No acumulado de 2024, os emplacamentos de ônibus cresceram 12,4%, totalizando 27.675 unidades. "O mercado foi impulsionado pelas compras originadas das licitações do programa Caminho da Escola e aquisições para renovação de frotas de transportadores urbanos e rodoviários", analisa Arcelio Junior.

Implementos Rodoviários

Os implementos rodoviários não acompanharam o desempenho de caminhões e fecharam o ano com leve queda de 1,9% em relação a 2023. "O segmento registrou bons resultados nos últimos anos e fechou 2024 com estabilidade na demanda, em um período no qual os transportadores de carga tiveram de lidar com a transição de tecnologia de motores", afirma o Presidente da Fenabrave, Arcelio Junior.

Motocicletas

Comemorando um acumulado de 1.875.903 unidades emplacadas em 2024, as motocicletas tiveram alta de 18,6% sobre 2023. O percentual de expansão foi o maior desde 2021, quando o segmento de duas rodas alcançou 26,4% de alta, mas com 1.157.257 unidades emplacadas. Ou seja, percentual maior, porém, menor volume. "O ano de 2024 registrou o 3º maior desempenho de toda a série histórica da Fenabrave e ficou, aproximadamente, 64 mil unidades abaixo do recorde de 2011", diz o Presidente da Fenabrave, que complementa: "Não fossem problemas de seca e falta de alguns produtos, os dados teriam sido ainda melhores", avalia Arcelio Junior.

Motocicletas Eletrificadas

Com 7.820 unidades emplacadas no ano, as motocicletas elétricas, que enfrentam escassez de oferta de produtos no mercado nacional, registraram queda frente ao resultado de 2023 (8.384 emplacamentos). "Trata-se de um segmento que sofre com a falta de produtos, mas que tem potencial para integrar o cenário de mobilidade no futuro", afirma Arcelio Junior.

Máquinas Agrícolas (por não serem emplacadas, as informações do segmento são apresentadas com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes)

O segmento registrou um leve crescimento em novembro, mas o resultado ainda segue abaixo do acumulado em 2023. "O mercado de máquinas agrícolas enfrenta um ano de desafios conjunturais, com clima instável e juros elevados. Isso afeta a decisão do produtor em relação a investimentos em maquinários. De qualquer forma, a queda acumulada, estimada pela Fenabrave, inicialmente, para este segmento, era bem maior, o que já representa um bom sinal para o futuro do setor. Esperamos que os ventos soprem a favor do agronegócio e das máquinas agrícolas em 2025", enfatiza Arcelio Junior.

Projeções para 2025

Diante das incertezas e variáveis da macroeconomia para 2025, a Fenabrave projeta um crescimento moderado, de 7%, para todo o setor de veículos neste ano. O índice pode variar com o passar do ano, pois a entidade revisa as projeções a cada trimestre, dependendo das condições do mercado, do cenário macroeconômico e político, nacional e internacional, incluindo PIB, índices de emprego e confiança, oferta de crédito, taxas de juros e de inadimplência, câmbio, entre outros fatores que podem impactar na oferta e comercialização de veículos no país.