Economia  15/10/2021 | Por: Redação

Setor Calçadista

Exportações de calçados somaram 86,2 milhões de pares até setembro

No acumulado janeiro-setembro foram registrados aumentos de 33,7% em volume e de 26,3% em receita na relação ao mesmo período do ano passado


As exportações de calçados seguem em alta. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e setembro, foram embarcados 86,2 milhões de pares, que geraram US$ 618,45 milhões, incrementos de 33,7% em volume e de 26,3% em receita na relação ao mesmo período do ano passado. Já comparando com os níveis pré-pandemia, em 2019, os resultados são 1% superiores em pares e 15,7% inferiores em receita. Segundo a Abicalçados, com a alta do dólar, os calçadistas conseguem formar preços mais competitivos mantendo a rentabilidade em real.

Segregando apenas o mês de setembro, as exportações somaram 11 milhões de pares, que geraram US$ 77 milhões, incrementos de 35,7% e de 46%, respectivamente, ante os números do mesmo mês do ano passado. Já no comparativo com os registros de setembro de 2019, foram registradas alta em volume (+10%) e queda (-8%) em receita.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o mercado externo, especialmente os Estados Unidos, tem puxado a recuperação da indústria de calçados. “A expectativa é encerrar o ano com os resultados 25% melhores do que no ano passado, inclusive superando os números da pré-pandemia, em 2019”, projeta, ressaltando que os índices do segundo semestre vêm sendo mais baixos em função da base de comparação mais forte da segunda parte de 2020, quando a indústria já dava sinais de uma retomada mais consistente no mercado internacional. Para o ano, a estimativa da Abicalçados é encerrar com a soma de 118 milhões de pares embarcados.  

Destinos

O principal destino do calçado brasileiro no exterior segue sendo os Estados Unidos, para onde foram embarcados, entre janeiro e setembro, 10 milhões de pares, que geraram US$ 153 milhões, incrementos tanto em volume (+52,7%) quanto em receita (+41,7%) na relação com igual período do ano passado. “Mais do que isso, as exportações para os Estados Unidos, em 2021, já superaram o nível pré-pandemia. Frente ao mesmo período de 2019, as exportações, em pares, cresceram 11%”, comemora Ferreira.

Entre janeiro e setembro, o segundo destino do calçado brasileiro foi a Argentina, para onde foram exportados 9,2 milhões de pares por US$ 80,6 milhões, altas tanto em volume (+79,7%) quanto em receita (+57%) ante o mesmo ínterim do ano passado. Assim como os Estados Unidos, os níveis de exportações para a Argentina já superaram os de 2019, em 26%. O terceiro destino do produto verde-amarelo nos nove meses do ano foi a França. No período, os franceses importaram 5,3 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 42,63 milhões, incremento de 3% em volume e queda de 1,5% em receita no comparativo com o intervalo correspondente de 2020.

RS: maior exportador de calçados

Respondendo por 44% do total gerado com as exportações de calçados, o Rio Grande do Sul segue como o principal exportador do setor. Entre janeiro e setembro, as fábricas gaúchas embarcaram 22 milhões de pares, que geraram US$ 272,24 milhões, altas tanto em volume (+41%) quanto em receita (+22,5%) ante o mesmo período do ano passado.

O segundo estado exportador do período foi o Ceará. Nos nove meses, saíram das fábricas cearenses 26,33 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 147,53 milhões, incrementos tanto em volume (+24,2%) quanto em receita (+22,3%) no comparativo com o período correspondente de 2020. Com incrementos de 33,2% em volume e de 32% em receita gerada, o terceiro exportador de calçados do Brasil, nos nove meses do ano, foi São Paulo. Das fábricas paulistas, partiram 6 milhões de pares, que geraram US$ 65,25 milhões.

Importações da Indonésia e China em alta

No mês de setembro, destaque para as importações de calçados da Indonésia, que somaram 268,74 mil pares por US$ 5,54 milhões, altas expressivas de 78% em volume e de 115,5% em receita na relação com setembro do ano passado. As importações da China também registraram incremento significativo no mês nove. O registro é da entrada de 180,6 mil pares por US$ 3,66 milhões, altas de 12,8% e 11%, respectivamente, ante o mesmo ínterim de 2020. “Preocupa o incremento das importações desses países, especialmente porque são oriundas de dumping - quando o preço para exportação é menor do que o do mercado interno, prática considerada ilegal pela Organização Mundial do Comércio (OMC)”, alerta Ferreira. Já no registro geral do mês, foram importados 1,24 milhão de pares por US$ 22,5 milhões, quedas de 33,8% e 15,5%, respectivamente, ante o mesmo intervalo de 2020.

No acumulado entre janeiro e setembro, as importações de calçados somaram 16,5 milhões de pares e US$ 234,73 milhões, quedas de 23,3% em volume e de 7,3% em receita na relação com igual período do ano passado. A principal origem do período foi o Vietnã. No período, foram importados 6,7 milhões de pares vietnamitas, pelos quais foram pagos US$ 131,8 milhões, quedas de 14% em volume e de 4,6% em receita no comparativo com o mesmo intervalo de 2020.

A segunda origem no acumulado foi a Indonésia, de onde foram importados 2 milhões de pares por US$ 38,26 milhões, queda de 12% em volume e incremento de 1,3% em receita na relação com o mesmo período do ano passado. A terceira origem foi a China. Nos nove meses, foram importados de lá 5,72 milhões de pares por US$ 26,4 milhões, incremento de 5% em volume e queda de 7% em receita ante o mesmo período do ano passado.

Em partes de calçados - cabedais, solas, saltos, palmilhas etc - as importações, nos nove meses, somaram US$ 19,35 milhões de pares, 26,4% mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram Paraguai, Vietnã e China.