As vendas totais de pneus em 2021 fecharam em alta de 9,6% quando comparado com o ano de 2020, mas apesar do crescimento, não alcançou os patamares pré-pandemia, ficando 4,5% abaixo na média, segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP). Para 2022, a associação prevê a recuperação do setor, mas há alguns pontos de atenção que podem alterar o resultado previsto.
“A retomada se dará principalmente pelo volume de vendas para o segmento de veículos pesados, que deve ser puxado pela próxima fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), e por uma melhora nas vendas no segmento de veículos leves no mercado de equipamentos originais, mas temos algumas variáveis que podem frear o crescimento da indústria em 2022, como a falta de semicondutores – que paralisa ou reduz produção de veículos das montadoras –, a alta na taxa de juros no país, a alta no preço dos combustíveis, a inflação que atua diminuindo o poder de compra dos consumidores e até mesmo um novo isolamento social. Em janeiro e fevereiro, o número do mercado de pneus mostrou que a nossa projeção para 2022 é de um ano sem muito crescimento em relação aos anos pré-pandemia.” analisa Klaus Curt Müller, presidente executivo da ANIP.
No segmento de pneus de passeio (automóveis), o mercado de equipamentos originais deverá ter uma retomada mais lenta, próxima de 4,7% na comparação com 2021, a depender principalmente da situação envolvendo os semicondutores. Para o mercado de reposição, a retomada pode ser mais rápida, com aumento de 13% em comparação com o ano de 2021.
De acordo com análise da associação, o segmento de comerciais leves deverá ter um aumento em relação a 2021 ultrapassando o pico histórico, devendo chegar a 3,7 milhões de unidades para vendas para as montadoras, a depender também da questão dos semicondutores e logística internacional. Quanto ao mercado de reposição, os números também projetam uma alta próxima de 9% em 2022, prevendo cerca de 5,7 milhões de unidades vendidas no ano.
Para o mercado de veículos pesados, os números mostram um pico em 2022, com algo próximo as 2 milhões de unidades vendidas para montadoras em decorrência principalmente do Proconve, que em sua última fase ocorrida em 2011, chegou a bater 2,7 milhões de pneus vendidos. Nesse caso, a importância dos semicondutores e a programação das montadoras se tornam ainda mais preponderante para a consolidação da demanda calculada pela ANIP. Na reposição, 2022 também deve apresentar uma alta nas vendas, devendo ficar em 6,3 milhões de unidades.
Quanto ao segmento de motocicletas, por limitação de acesso aos dados, a projeção considerou o mercado de reposição. A associação prevê baixa para o segmento, chegando a 8,5 milhões de unidades em 2022 – 1,2 milhão a menos quando comparado com o ano de 2021.
Além das projeções para o ano atual, a associação também fez as projeções para os anos de 2023 e 2024, indicando o arrefecimento das vendas no segmento de carga que deve ser contrabalanceado com a continuidade da retomada do segmento de veículos leves, fazendo com que o número total oscile próximo a marca de 60 milhões de unidades vendidas.
