Economia  15/08/2022 | Por: Redação

Setor calçadista

Exportações de calçados cresceram 64,8% até julho

Bom desempenho refletiu no emprego: setor gerou mais de 27 mil postos de trabalho no semestre


Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e julho, as exportações de calçados somaram o embarque de 86,87 milhões de pares, que geraram US$ 763,4 milhões, incremento tanto em volume (+31,8%) quando em receita (64,8%) em relação ao mesmo período do ano passado. Segregando apenas o mês de julho, quando foram embarcados 12 milhões de pares por US$ 111,84 milhões, o aumento é de 35,3% em pares e de 50,8% em receita na relação com o mesmo mês de 2021. 

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que os mercados latinoamericanos têm sido determinantes para a dinâmica de crescimento das exportações brasileiras de calçados. “O Brasil tem se beneficiado, no cenário de encarecimento do frete marítimo internacional, da proximidade logística com o grupo de países, que vem importando mais do Brasil e menos da Ásia”, conta o executivo, ressaltando que, entre janeiro e julho, as exportações para países da América Latina cresceram 76,3% em valor, e 39,3% em volume em relação ao mesmo período do ano anterior, portanto acima da média geral. “O grupo de países representou 44% dos pares exportados pelo Brasil nos sete primeiros meses do ano. Entre os 10 principais destinos, sete são da América Latina”, avalia Ferreira. 

Destinos - O principal destino do calçado brasileiro no exterior segue sendo os Estados Unidos. Entre janeiro e julho, as exportações para lá somaram 13 milhões de pares, que geraram US$ 208,3 milhões, incrementos de 67,3% em volume e de 90,7% em receita na relação com o mesmo ínterim do ano passado.  Segregando apenas o mês de julho, foram embarcados para os Estados Unidos 1 milhão de pares por US$ 26,5 milhões, queda de 25% em volume e aumento de 24,9% em receita na relação com o mês sete de 2021.

Apesar da resolução do Banco Central da República Argentina (BCRA) publicada no último dia 27 de junho alterando as condições de acesso ao Mercado único de Câmbio para pagamento de importações, que libera os pagamentos das mercadorias importadas somente após 180 dias, o país vizinho segue sendo o segundo destino do calçado brasileiro no exterior. Entre janeiro e julho, foram embarcados para lá 10,2 milhões de pares, que geraram US$ 109,8 milhões, aumentos tanto em volume (+66,8%) quanto em receita (+91%) em relação ao intervalo correspondente de 2021. Segregando apenas o mês de julho, os embarques para a Argentina somaram 2 milhões de pares por US$ 19,13 milhões, aumentos de 94,2% em volume e de 105% em receita na relação com julho do ano passado. “Muito provavelmente eram negócios que já haviam sido realizados antes da resolução. Vamos aguardar os próximos meses para ter noção exata do efeito da medida. O certo é que o calçado brasileiro possui grande demanda naquele mercado”, explica Ferreira. 

Indústria calçadista gerou mais de 27 mil postos no semestre

Em recuperação desde meados do ano passado, a indústria calçadista brasileira gerou mais de 4 mil vagas em junho, somando a geração de 27,5 mil postos de trabalho no primeiro semestre do ano. Com isso, o setor encerrou junho com 293,75 mil pessoas empregadas diretamente na atividade, 73 mil pessoas a mais do que no mesmo período de 2020 e 46 mil a mais do que no mesmo mês do ano passado. O número aponta para um crescimento de 18,6% em relação ao mesmo intervalo de 2021 e uma recuperação plena das perdas provocadas pela crise desencadeada pela pandemia de Covid-19. Hoje a indústria calçadista emprega 5,4% mais do que em 2019. Os dados foram elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que a indústria calçadista vem em recuperação. Segundo ele, no mercado doméstico, entre janeiro e maio, as vendas de calçados cresceram mais de 21% no comparativo com o mesmo período de 2021. Já nas exportações, no primeiro semestre, foram embarcados 75 milhões de pares, 31,3% mais do que no mesmo intervalo do ano passado. “A indústria calçadista responde rapidamente aos estímulos da economia”, frisa.