Máquinas  03/06/2024 | Por: Redação

ABIMAQ

Receita de Máquinas e Equipamentos cresce 1,9% em abril

Entretanto, o mercado doméstico continua absorvendo menos máquinas e equipamentos produzidas localmente


Os dados da pesquisa Indicadores Conjunturais da ABIMAQ do mês de abril de 2024 registraram queda na receita líquida de vendas do setor de máquinas e equipamentos em relação a abril de 2023. Na comparação com o mês de março, com os ajustes sazonais, houve, por outro lado, recuperação de 1,9%. Com esse resultado, na ponta (abr24) a receita liquida anual reduziu a taxa de queda de 21,5%, observada até o mês de março, para 21,2% até abril. No mês de abril a recuperação foi puxada pelo incremento nas exportações. Na receita líquida interna de máquinas e equipamentos, na série com ajuste sazonal, houve queda de 7,6%.

O mercado doméstico continua absorvendo menos máquinas e equipamentos produzidas localmente. Em abril as receitas internas de máquinas e equipamentos nacionais encolheram 31,7% ante o mesmo mês de 2023, ampliando a diferença anual, que passou de queda de 22,2% para queda de 24,6%.

Exportações

As exportações, por outro lado, registraram crescimento interanual de 22,7%, reduzindo em mais de 10 p.p a queda acumulada no ano, que passou de queda de 12,9% (até março) para queda de 4,8% (até abril). Os resultados até o mês de abril indicam melhora gradual na receita liquida de máquinas e equipamentos em 4 da 6 atividades monitoradas, mas ainda insuficiente para anular a queda observada no ano. No período, houve crescimento apenas nas receitas de vendas de componentes.

Em abril de 2024, as exportações de máquinas e equipamentos do país totalizaram US$ 1,2 bilhão. Esse resultado foi maior do que o observado em março de 2024 (18,1%) e ao de abril de 2023 (22,7%). A melhora das exportações no mês contribuiu para a redução da queda no ano em 8,1 p.p.. Até o mês de março a queda acumulada era de 12,9% em abril passou para 4,8%.

Em quantidades físicas, as exportações também registraram forte crescimento no mês de abril, tanto na comparação mensal quanto interanual. No ano a queda foi de 4%. Contribuíram para esse melhor desempenho das exportações no mês de abril o crescimento das vendas externas de componentes, principalmente os compressores e também a de equipamentos para controle de qualidade, ambos para a região de Singapura.

Importação nacional de Máquinas e Equipamentos

Em abril de 2024, houve queda nas importações de máquinas e equipamentos em relação a março de 2024 (-1,2%), mas crescimento em relação ao mesmo período de 2023 (+18,8%). No ano, apesar da queda registrada no consumo aparente de máquinas e equipamentos, as importações continuam ganhando espaço do produtor local.
No mês de abril, foram importados US$ 2,4 bilhões em máquinas e equipamentos, contra US$ 2,02 bi em abr23. No ano, as importações de máquinas e
equipamentos atingiram US$ 9,3 bilhões, em comparação com US$ 8,5 bilhões em janeiro de 2023, um crescimento de 9,7%.

Consumo aparente

O consumo aparente, resultado da soma das máquinas importadas com as fabricadas no país e destinadas ao mercado interno, registrou crescimento de 4,2% no mês de abril em relação ao mês de março, após o ajuste sazonal, anulando parte da queda observada no mês de março. Contudo, no ano ainda acumula queda de 14,2%.

A melhora no resultado do mês de abril ocorreu a partir do aumento das importações de máquinas e equipamentos que passaram a ocupar 47,2% do mercado nacional contra 39,9% no mesmo período do ano passado. No mês a compra interna de máquinas produzidas localmente encolheu 7,6%.

Dentre os diversos setores da economia chama a atenção o fabricante de bens de consumo, pelo incremento de 5,3% no consumo de máquinas e equipamentos e o de agrícolas, mas neste caso, pela continuidade da queda no consumo de máquinas e equipamento. No ano (jan-abr) o consumo de máquinas e implementos agrícolas encolheu 30%.

Capacidade instalada e carteira de pedidos

O uso da capacidade instalada da indústria brasileira de máquinas e equipamentos subiu para 74,9% em abril, o terceiro aumento consecutivo no ano, mas ainda se encontra 4,3% abaixo do nível observado no mesmo período do ano anterior. Em média, no período, o setor trabalhou com pouco mais que 2 turnos.

Nos últimos 12 meses, o setor atuou em média com 74,5% de sua capacidade instalada. A carteira média de pedidos, medida por semana para o seu atendimento, também subiu e voltou ao nível observado no início do ano (9,6 semanas). Este é o segundo mês de alta desse indicador.

Os setores que registraram melhora na carteira de pedidos foram os com atuação no mercado de bens de consumo, infraestrutura e os fabricantes de componentes para bens de capital.