Até o começo do mês de junho de 2024, o Brasil registrou 3.254 óbitos por dengue conforme dados oficiais do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde e esse número pode aumentar caso outras 1.531 mortes sejam confirmadas.Todos os esforços são bem-vindos para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da Dengue, Febre Amarela, Zika e Chikungunya - desde mutirões de limpeza até o uso de repelentes pelas pessoas. Outro reforço importante, e até inusitado, é o asfalto borracha.
O material é resultado da mistura de componentes tradicionais do asfalto com borracha oriunda de pneus triturados, e essa é a grande contribuição contra a dengue: o mosquito se reproduz em ambientes com água parada, situação corriqueira em pneus velhos expostos à chuva. Quanto mais asfalto de borracha é produzido, menos pneus abandonados servirão como fonte de água parada.
“A produção de asfalto sustentável existe há mais de três décadas no mundo todo. É uma combinação entre pó de borracha de pneu triturado com todos os materiais ligantes para produção de asfalto. Quanto maior for a demanda, mais pneus velhos serão triturados para o asfalto borracha, diminuindo focos do mosquito” explica Dhyan de Amorim, gestor da unidade de produção da De Amorim Mineradora.
Pneus velhos deixam de ser vilões ecológicos
Além do problema da água parada, a borracha traz outros benefícios ecológicos, como a retirada da própria borracha usada do meio ambiente, cujo tempo médio estimado para a deterioração gira em torno de 600 anos.
A presença da borracha aumenta a durabilidade em até 40% em relação ao asfalto tradicional, podendo alcançar mais de 10 anos em boas condições. “Há também uma redução no uso de matéria-prima não renovável a partir destes pneus descartados, resultando, inclusive, em um tipo de asfalto com características próprias e duráveis. Rodovias e estradas passam a ter mais aderência, perfeito para redução de aquaplanagem quando há acúmulo de água na pista. Os veículos, leves ou pesados, ganham em estabilidade”, completa.