O segundo semestre começou com números animadores para a indústria automobilística, de acordo com o balanço da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). A produção de 247 mil unidades foi não só a melhor deste ano, com alta de 17% em relação a junho, mas o melhor resultado desde outubro de 2019. Com isso, a produção acumulada do ano foi a 1.385 mil unidades, superando em 5,3% os primeiros sete meses de 2023.
O impulso principal veio de um período de aquecimento do mercado interno que já se prolonga desde abril, e que teve em julho o melhor mês do ano, com 242 mil autoveículos emplacados. “Foi um volume tão relevante que superou até o mês de julho do ano passado, que havia sido fortemente impulsionado pela MP 1.175 do governo federal, aquela que oferecia descontos para a compra de carros zero quilômetro”, comemora o Presidente Márcio de Lima Leite.
A média diária de vendas de 10,5 mil unidades foi bem próxima à de 10,7 mil em junho, mas os três dias úteis a mais fizeram com que o volume total de emplacamentos fosse 12,6% superior ao mês anterior e 7% maior do que julho de 2023. Foi um mês em que todos os segmentos e modalidades de vendas melhoraram, mas em especial o varejo subiu mais que as vendas diretas, as compras financiadas aumentaram e os modelos nacionais cresceram mais que os importados.
Destaque especial para a elevação de 43,3% nos emplacamentos de ônibus, segmento que vinha tendo uma produção muito elevada, mas sem o mesmo efeito nas vendas. “Agora os estoques começam a escoar por conta de programas como o Caminho da Escola e renovações de frotas em ano de eleições municipais, projetando um segundo semestre muito positivo para o transporte público no país”, afirma Leite.
Neste momento de recuperação da produção, os indicadores que demandam maior atenção é o das importações e o das exportações. O primeiro continua apresentando a mesma participação elevada de 17% nas vendas totais. Já as exportações chegaram a um total de 204,4 mil unidades, 21,7% abaixo dos sete primeiros meses do ano passado. Isso apesar de julho ter representado o melhor mês do ano, com 39,1 mil unidades embarcadas, 35% a mais que em junho. Esse bom volume no mês foi influenciado pela concentração de embarques e pela entrega de veículos que aguardavam autopeças produzidas no Rio Grande do Sul.