Máquinas  02/09/2024 | Por: Redação

ABIMAQ

Exportações puxam crescimento de máquinas e equipamentos

No mês, a receita líquida foi R$ 24 bilhões, o melhor resultado do setor desde outubro de 2023.


O mês de julho registrou continuidade da recuperação nas atividades medidas pela receitas líquidas de vendas de máquinas e equipamentos, desta vez puxada pela melhora das vendas no mercado externo. As vendas no mercado doméstico recuaram, devolvendo parte do crescimento do mês de junho. No mês, a receita líquida foi R$ 24 bilhões, o melhor resultado do setor desde outubro de 2023. No acumulado do ano, a receita líquida de R$147,37 bilhões foi  14,3% inferior ao do mesmo período de 2023, mas representou uma melhora quando comparada com a queda de 16,4% acumulada até o mês de junho.

No mercado doméstico o desempenho do mês de julho devolveu parte do crescimento observado em junho ao registrar receita líquida 2,4% inferior (CAS). No ano, apesar da queda mensal, o setor manteve a recuperação e diminuiu a queda para 16,9% em julho, contra 17,8% observada até junho.

As exportações do mês de julho sustentaram o desempenho positivo das receitas líquidas do setor de máquinas e equipamentos. Em relação ao mês de junho o crescimento foi de 48%, e em relação ao mesmo mês de 2023, de 27,3% (valores em R$).

Exportações

Após encolher nos últimos dois meses (maio e junho), as exportações de máquinas e equipamentos registraram crescimento no mês de julho de 2024. No mês houve crescimento tanto em relação ao mês imediatamente anterior (+45,1%) quanto em relação ao mesmo mês de 2023 (+14,2%).
As exportações do mês de julho foram as maiores de 2024 e apresentaram valor recorde para o mês de julho, US$ 1,33 bilhão. Com esse resultado as exportações do setor passaram a acumular no ano queda de 5,7%, ante 9,1% registrada até o mês de junho passado.

O crescimento das exportações em relação a junho predominou por quase todas as atividades do setor fabricante de máquinas e equipamentos. A exceção se deu
nas vendas direcionadas para o setor de petróleo, que encolheram 24%, depois de terem crescido 85% em junho. A maior parte de incremento observado (43%) no mês decorreu de exportações de componentes (compressores), mas houve importante crescimento também na venda de máquinas para infraestrutura (saneamento) e de máquinas para logística e construção civil (máquinas rodoviárias). No ano, dois grupos setoriais dentre os 7 monitorados registram desempenho positivo em 2024, o de máquinas para infraestrutura (+18%) e o de componentes (+5%).

Importações

Nas importações de máquinas e equipamentos houve crescimento, tanto na comparação mensal (+15,9%) quanto interanual (+16,6%). No ano, as importações
passaram a acumular crescimento de 8,0%. O resultado das importações do mês de julho (US$ 2,7 bilhões) é o melhor deste o ano de 2012 e representa recorde para o mês de julho.
Do ponto de vista do investimento essa é uma informação positiva, reflete a intenção dos setores em modernizar o seu parque fabril, mas do ponto de
vista do fabricante local denota piora na sua competitividade em relação ao bem importado com reflexo na perda de mercado cuja participação caiu de 60,4% em jul23 para 54,3% em jul24

Consumo aparente

O mês de julho registrou incremento no consumo aparente de máquinas e equipamentos em relação ao mês de junho (+3,7% CAS) e em relação ao mesmo mês do ano passado (+5,1%), puxado pelo melhora das importações.

No ano, o consumo nacional de máquinas registrou resultado negativo (-7,6%), mas manteve a tendência de recuperação observada desde início do segundo
trimestre deste ano de 2024. No período (JanJul) dois setores mantiveram resultado negativo nos investimentos em máquinas e equipamentos o agrícola, que registrou queda de 25,4% e o de infraestrutura com queda de -4%.

Capacidade instalada

A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de julho utilizando 76,1% da sua capacidade instalada, valor 0,3 pp acima do observado no mês
anterior e 1,1 p.p acima do resultado do mesmo mês do ano anterior.

Na carteira de pedidos, medida em semanas para o seu atendimento, houve queda mensal (-1,2%) e interanual (-12,4%). Em média o setor está com uma carteira de pedidos 8% inferior à observada em 2023.