Máquinas  02/08/2024 | Por: Redação

ABIMAQ

Setor de máquinas e equipamentos se recupera em junho

Melhora nas vendas no mercado doméstico ajudou a reduzir a queda de -21,5% no primeiro trimestre para -16,4% no fechamento do semestre


O mês de junho de 2024 registrou recuperação nas receitas líquidas de vendas de máquinas e equipamentos na comparação com o mês de maio, puxado pela melhora das vendas no mercado doméstico. As exportações no período recuaram. Ainda que nas comparações interanuais prevalecessem, o desempenho inferior ao do ano de 2023, o segundo trimestre de 2024 foi marcado por clara tendência de recuperação, o que contribuiu para a redução da queda observada no ano de -21,5% no encerramento do primeiro trimestre de 2024 para -16,4% no fechamento do semestre.

No mercado doméstico, após um pequeno recuo em maio (-0,7%), houve novo crescimento que refletiu na continuidade da redução da queda acumulada no ano. De 22,1% no encerramento do primeiro trimestre de 2024, para 17,8% no primeiro semestre deste ano. Na ponta houve recuo apenas nas receitas liquidas de vendas de componentes.

No acumulado do ano, por outro lado, predomina a taxa de queda dentre os setores fabricantes de máquinas, ainda que em patamar superior. Entre os que registraram crescimento no ano estão os fabricantes de máquinas para bens de consumo, para logística e construção civil e de componentes. Nas exportações de máquinas e equipamentos houve queda de 12,3%, na comparação com o mês de maio e de 11,6% em relação ao mesmo mês de 2023 e atingiram US$ 922 milhões. Com esse resultado passaram a acumular no ano queda de 9,1%, resultado que, apesar de inferior ao observado até maio (-8,6%), superou o observado no fechamento do primeiro trimestre de 2024 (-13%). A valorização de 5% da paridade cambial R$/US$ ante o mês de maio e de 11% em relação a junho de 2023, resultou em maior rentabilidade, mas ainda não refletiu em maior exportação nos setores fabricantes e máquinas e equipamentos.

Apesar da queda mensal no total das exportações, dentre os diversos tipos de máquinas e equipamentos fabricados houve incremento nas vendas de máquinas para agricultura, para bens de consumo e para petróleo. No primeiro semestre deste ano dois segmentos registraram crescimento nas suas exportações, o fabricante de máquinas para a indústria de transformação, principalmente máquinas-ferramenta e o de máquinas para infraestrutura e indústria de base. Demais setores, excetuando o de máquinas agrícolas, mesmo acumulando queda no ano, registraram melhores resultados no segundo trimestre, em linha com as expectativas.

Importações

Nas importações de máquinas e equipamentos houve queda de 9,3% no mês de junho de 2024 em relação ao mês maio de 2024, mas crescimento de 3,1% em relação ao mês de junho de 2023. Com isso, no ano, às importações passaram a acumular crescimento de 6,5%. Apesar da queda observada na ponta, dados do segundo trimestre de 2024 indicam tendência de alta nas importações. Neste segundo trimestre o volume importado girou em torno de US$ 2,4 bi por mês, contra US$ 2,3 no primeiro trimestre de 2024 e US$ 2,2 bi considerando a média mensal de 2023. As importações continuam a ganhar espaço no consumo doméstico. Dados acumulados até junho indicam market share de 45,2% contra 39,8%

No mês de junho, quando comparado com o mês de maio, dentre os segmentos de mercado, houve crescimento das importações de máquinas pela indústria de transformação (ferramentaria, fornos, máquinas-ferramenta e equip. solda) e para logística e construção civil (maquinas para movimentação, construção civil e rodoviárias).

No ano (Jan-Jun) houve predomínio de variações positivas. Com destaque para o setor fabricante de bens de consumo que registrou o maior crescimento no período (21,4%) ao ampliar as importações de equipamentos para ginástica, equipamentos gráficos, máquinas para madeira e para alimentos; e indústria de transformação que ampliou a importação de todos os tipos de máquinas no período.

Consumo aparente

O mês de junho registrou incremento no consumo aparente de máquinas e equipamentos em relação ao mês de maio (+6,6), puxado pelo melhora das vendas de bens produzidos localmente no mercado doméstico. Nas importações de máquinas houve queda no período. No ano o consumo nacional de máquinas registrou resultado negativo (-9,7%), mas em patamar inferior ao observado no encerramento do primeiro trimestre (-14,4%). Os dados até o mês de junho indicam continuidade da recuperação das taxas de investimentos em máquinas e equipamentos, ainda que em nível inferior ao de 2023.

Capacidade instalada e carteira de pedidos

A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de junho utilizando 75,6% da sua capacidade instalada, valor idêntico ao observado no mesmo mês de 2023 e 1,2 p.p acima do resultado do mês de dezembro de 2023, indicando melhoria do indicador no primeiro semestre deste ano. Na carteira de pedidos, medida em semanas para o seu atendimento, houve alta mensal (+3,1%), contudo na comparação interanual o resultado ainda se mantém negativo. Os dados do período denotam relativa estabilização da carteira de pedidos em patamares 11% inferiores a 2023.